
Vídeo: Marcelo Lyra, da Acelen
Marcelo Lyra, diretor de Relações Institucionais, Comunicação e ESG da Acelen, em entrevista para a Brasil Energia durante a Bahia Oil & Gas Energy, detalha os investimentos na biorrefaria e impactos econômicos e sociais do uso da macaúba no processo.
A Acelen está avançando com o projeto da biorrefinaria que irá consumir óleo de macaúba para produção de SAF e diesel renovável. De acordo com o vice-presidente de Relações Institucionais, Comunicação e ESG da Acelen, Marcelo Lyra, em breve deve ser iniciada a operação do Centro de Inovação e Tecnologia em Montes Claros (MG), onde ficará o centro de produção e tecnologia de aprimoramento genético de mudas de macaúba.
A biorrefinaria, a ser instalada ao lado da Refinaria de Mataripe, na Bahia, terá capacidade de produção de 20 mil barris/dia equivalentes dos dois combustíveis renováveis, com investimento total em torno de R$ 14 bilhões. O projeto envolve plantio de macaúba em área to tal de 200 mil hectares, distribuídos em quatro a cinco núcleos produtivos de cerca de 40 mil hectares, com uma esmagadora em cada, na Bahia e em Minas Gerais.
No centro tecnológico em Minas Gerais, onde está o maior maciço de macaúba espontâneo do Brasil, algumas variedades serão selecionadas e passarão por teste de adaptabilidade para produção em larga escala. “Essa unidade começará a operar brevemente, dando tração a essa parte agrícola da produção”, disse Lyra em entrevista à Brasil Energia. A previsão é que a biorrefinaria comece a operar, com capacidade plena de produção, no final de 2026.
Para Lyra, o projeto é muito atrativo, tanto do ponto de vista ambiental quanto de mercado, o que o leva a acreditar que em breve terá parceria de outros players do setor. Entre os fatores ambientais, ele cita as florestas de bioenergia que serão criadas, com redução de 80% da pegada de carbono em relação ao combustível fóssil.
Pelo lado do mercado, o SAF já é unanimidade como alternativa para descarbonização do setor aéreo, gerando demanda garantida. Isso sem falar dos impactos sociais. “O projeto tem uma expectativa de gerar 90 mil empregos, entre diretos e indiretos, num ciclo de 10 anos. É um número bem significativo”, destaca Lyra.
Ele acrescenta que em torno de 20% da produção será baseado em agricultura familiar, levando uma perspectiva de aumento de faturamento para o pequeno produtor e, consequentemente, melhorando o IDH das regiões afetadas.
Assista a vídeo-entrevista:
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