Revista Brasil Energia | Bahia Oil & Gas Energy 2025

Vídeo: Márcio Felix, da Abpip

Márcio Felix, presidente da Abpip, comenta as perspectivas do onshore, desafios regulatórios e as expectativas para a Oferta Permanente

Por Rosely Maximo

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O presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo (Abpip), Márcio Félix, destacou, durante o Bahia Oil & Gas Energy 2025, o momento de expansão e consolidação da indústria onshore no Brasil. Segundo ele, o setor vive uma fase de plenitude, refletida no crescimento do evento, que saltou de 90 para 250 expositores em apenas três edições. A diversificação de players, o retorno da Petrobras aos eventos e a presença de agentes como refinarias privadas e a Transpetro indicam um ambiente energético dinâmico, especialmente na Bahia.

Félix comentou sobre a resiliência do setor, com o barril de petróleo oscilando entre US$ 60 e US$ 75, intervalo que garante competitividade tanto para o shale americano quanto para renováveis. Para os produtores independentes, o ponto de equilíbrio está entre US$ 35 e US$ 45. O gás natural, especialmente no onshore, se mostra ainda mais competitivo, levando algumas empresas a se reposicionarem como produtoras de gás.

Entretanto, o avanço do setor ainda esbarra em desafios regulatórios. Ele defende ajustes na regulação para incentivar a produção e gerar emprego e renda em áreas carentes onde os ativos estão posicionados, como a regulação sobre o porte da empresa, de acordo com o volume produzido. E também para permitir mais flexibilidade técnica e eficiência econômica, como no caso dos tiebacks – ligações entre poços e plataformas operadas por empresas diferentes, hoje inviabilizadas por barreiras regulatórias. Também citou a necessidade de normatização competitiva para novas tecnologias como estocagem de gás e captura de carbono.

Sobre o quinto ciclo da Oferta Permanente da ANP, previsto para junho, Félix manifestou preocupação com ações judiciais e possíveis liminares que podem inviabilizar o leilão. Apesar disso, afirmou que a rodada representa uma oportunidade importante, especialmente diante da possibilidade de dificuldades ainda maiores nas próximas licitações, devido ao fim de autorizações e ao ambiente político mais tenso.

Por fim, abordou as reservas não convencionais, apontando o potencial subutilizado do Brasil nesse campo. Destacou que o país já produz petróleo em formações não convencionais desde os anos 1960, como no campo de Candeias (BA), mas enfrenta resistências políticas e ambientais à expansão desse modelo. O projeto do Poço Transparente, segundo ele, busca demonstrar de forma científica à sociedade que é possível explorar essas reservas com segurança. Ele comparou o cenário brasileiro ao da Argentina, que avança rapidamente na produção não convencional e já exporta gás ao Brasil. “Temos um mercado com potencial, mas é preciso amadurecer antes que seja tarde demais”, concluiu.

 

Assista a vídeo-entrevista:

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