
Vídeo: Gabriel Kropsch, da Sinergás
Gabriel Kropsch, sócio fundador da Sinergás, destaca a evolução do mercado de GNV para veículos pesados.
O mercado brasileiro de GNV para transporte pesado está superando suas principais barreiras históricas, com caminhões que já alcançam autonomia de 600 a 700 km e projetos para veículos com até 1.000 km de autonomia. A evolução foi apresentada durante fórum na Bahia Oil & GasEnergy, que reuniu montadoras, fabricantes, empresas de transporte e a Bahiagás para discutir o setor.
Segundo Gabriel Kropsch, sócio fundador da Sinergás, a limitação de autonomia que caracterizava os primeiros modelos, com cerca de 400 km, já foi resolvida. “Para a gente é uma coisa nova, mas a tecnologia já está estabelecida. Tem 20, 30 anos que se utiliza o GNV para o transporte pesado em outros países”, explica.
O Brasil possui atualmente 1.700 postos de GNV, número superior aos 1.300 postos dos Estados Unidos, que conta com 175 mil caminhões a gás contra apenas 1.600 no país. A diferença está na adaptação da infraestrutura: os postos brasileiros foram desenvolvidos para veículos leves e estão sendo adaptados para atender o mercado de veículos pesados. Essa adaptação vai além da simples troca do bico de abastecimento, exigindo modificações em mangueiras, dispensers, rede interna e, eventualmente, compressores.
Na Bahia, o cenário é favorável para expansão do setor. Mais de 50% do suprimento de gás da Bahiagás provém de empresas independentes, e o estado também desenvolve projetos de biometano, combustível 100% renovável que pode ser usado indistintamente nos mesmos equipamentos a gás natural.
Em termos de competitividade, os veículos a GNV chegam ao mercado com preços similares aos modelos a diesel, mas oferecem tecnologia mais moderna em emissões, redução de ruído e conforto. A principal vantagem está no custo operacional: na Bahia, considerado o estado com GNV mais competitivo do Brasil, a economia na conta de combustível fica entre 20% e 30% comparado aos combustíveis fósseis.
Para consolidar o crescimento do setor, Kropsch destaca a necessidade de coordenação entre os diversos elos da cadeia fragmentada do gás natural e, principalmente, políticas públicas de longo prazo. “Essas políticas públicas dão tranquilidade e segurança para o mercado de que isso é realmente uma coisa perene”, afirma, citando como exemplos bem-sucedidos Estados Unidos, China, países europeus, Argentina e o próprio Rio de Janeiro, que incentiva o GNV desde os anos 90.
Assista a vídeo-entrevista:
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