Quarta planta em Mato Grosso e projetos futuros podem elevar a capacidade para 5 bilhões de litros por ano

Revista Brasil Energia | Fenabio 2025

FS anuncia nova planta e mira dobrar produção de etanol de milho

Quarta planta em Mato Grosso e projetos futuros podem elevar a capacidade para 5 bilhões de litros por ano

Por Marcelo Furtado

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O diretor comercial da FS, Paulo Trucco, diz que, além da planta em construção, a companhia já possui dois sites aptos a receber novas unidades (Foto: Marcelo Furtado)

A FS Fueling Sustainability projeta dobrar sua produção de etanol de milho no médio prazo, impulsionada pela construção da quarta unidade industrial no Mato Grosso e pela perspectiva de novos projetos no estado. A companhia, que hoje produz cerca de 2,5 bilhões de litros anuais, estima alcançar 3,1 bilhões de litros com a entrada em operação da nova planta, em Campo Novo do Parecis, prevista para o início de 2027.

Atualmente, a FS opera unidades em Lucas do Rio Verde, Sorriso e Primavera do Leste, todas dedicadas à produção de etanol a partir do milho, além de coprodutos como DDG (grãos secos de destilaria) e óleo de milho. Controlada por fundos geridos pela americana Summit Agricultural Group e pela gestora britânica Tapajós Participações, a empresa já investiu mais de R$ 6 bilhões na implantação e expansão de suas operações no Brasil.

Em conversa com a Brasil Energia, o diretor comercial da FS, Paulo Trucco, diz que, além da planta em construção, a companhia já possui dois sites aptos a receber novas unidades — em Querência e Nova Mutum —, todos no Mato Grosso. “Com todos esses projetos, temos capacidade de dobrar a produção, mas dependerá das condições de mercado e do setor”, disse.

O crescimento projetado considera a expectativa de aumento da mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina e da penetração do hidratado em novos mercados regionais. Trucco também cita o potencial de exportação, que hoje representa menos de 10% da produção da FS e é direcionada a países asiáticos, como Japão, Tailândia e Vietnã, além de discussões na Europa. “Vemos esses mercados com bons olhos e acreditamos que devem se tornar mais cativos para o Brasil”, afirmou.

A empresa também aposta em novas demandas do setor, como o uso do etanol para combustível de aviação (SAF) e marítimo. Embora não planeje produzir SAF, a FS mira oportunidades nesses segmentos por meio de atributos ambientais de seu produto.

Nesse sentido, está em implantação o projeto BEECS (Bio-Energy with Enhanced Carbon Storage), de captura e armazenamento geológico de carbono na unidade de Lucas do Rio Verde. A previsão é iniciar a injeção de CO₂ em 2026 e obter certificação e operação plena no ano seguinte. “Será carbono negativo, gerando créditos de carbono e agregando valor ao etanol no mercado externo”, explicou Trucco.

O executivo destaca que a iniciativa, inicialmente aplicada a uma planta, poderá ser expandida para outras unidades da FS. O CO₂ capturado é proveniente da fermentação durante o processo de produção e, ao ser armazenado, contribui para a redução líquida das emissões.

A FS também é uma das maiores geradoras de CBios no Brasil, devendo emitir cerca de 2 milhões de unidades em 2025. Esses créditos, emitidos no âmbito do RenovaBio, representam uma importante fonte de receita adicional. “Temos todas as áreas certificadas para maximizar a geração e comercialização de CBios”, disse Trucco.

Além dos créditos regulados, a empresa planeja negociar créditos voluntários de carbono oriundos do BEECS assim que o projeto estiver em operação. “Será uma forma de monetizar o CO₂ e reforçar nosso posicionamento em mercados que exigem menor pegada de carbono”, afirmou.

Para Trucco, o etanol de milho é peça-chave para atingir a meta nacional de 35% de mistura na gasolina nos próximos anos, conforme defendido por representantes do setor. Ele vê o combustível como complementar ao etanol de cana, com espaço também para outras matérias-primas, como trigo e sorgo. “O setor de etanol deve ser visto como um só”, concluiu.

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