Opinião

O uso responsável da energia no processo de descarbonização

Entender e planejar as prováveis implicações da descarbonização será crucial para atender à crescente pressão de consumidores, funcionários, investidores, credores e governos

Por Anderson Dutra

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As alterações climáticas e a segurança energética representam um elevado risco global atual e futuro que requer uma ação urgente. O cumprimento das metas globais exigirá uma transformação macro e microeconômica, liderada por mudanças fundamentais nos modelos de negócios para organizações públicas e corporativas. Entender e planejar as prováveis implicações da descarbonização será crucial para atender à crescente pressão de consumidores, funcionários, investidores, credores e governos.

Um exemplo dessa pressão governamental é o Pacto Verde Europeu, da União Europeia, e, mais especificamente, a Diretiva de Eficiência Energética e Diretivas de Energia Renovável, que exigem pelo menos uma melhoria de 32,5% na eficiência energética e que as energias renováveis representem pelo menos 32% do uso de energia na UE, ambas até 2030.

Em março de 2021, pelo menos 20% das duas mil maiores empresas de capital aberto já assumiram compromissos de carbono zero, e muitas outras seguirão o mesmo caminho. Apesar de mais organizações reconhecerem a necessidade de compromissos climáticos, menos de 1% delas divulgou todos os 21 indicadores-chave que constituem um plano de transição climática confiável. Esforços significativos para alcançar esses compromissos precisarão ser feitos em torno da energia. O uso desse ativo é responsável por quase três quartos de todas as emissões de gases de efeito estufa em todo o mundo, com o uso de energia industrial representando cerca de um quarto.

Melhorias na eficiência energética por si só poderiam reduzir significativamente, a nível mundial, emissões e necessidades energéticas, com pesquisas sugerindo que as emissões dos Estados Unidos poderiam ser reduzidas pela metade até 2050 por meio de tal trabalho. Para cumprir os compromissos climáticos e otimizar as operações, as organizações devem identificar estratégias para traduzir os objetivos e planos em ação.

Uma abordagem estratégica para a gestão de energia pode ser benéfica, pois permite que as organizações se descarbonizem e, ao mesmo tempo, obtenham economias de energia e custos potencialmente substanciais, o que é particularmente crucial em um momento de custos de energia altos e voláteis.

O cumprimento das metas globais exigirá uma transformação macro e microeconômica, liderada por mudanças fundamentais no modelo de negócios para organizações públicas e corporativas. Compreensão e planejamento para as prováveis implicações da descarbonização serão cruciais para atender à crescente pressão de consumidores, funcionários, investidores, credores e governos.

Aproximadamente 5% das economias podem ser alcançadas anualmente através da otimização dos ativos atuais. Essas economias podem ser desbloqueadas rapidamente, permitindo que as equipes alcancem melhorias adicionais, atualizando o equipamento e implementando energia renovável.

Os benefícios da adição de ativos de energia renovável podem ser significativamente anulados se ainda houver maneiras de otimizar o consumo de energia, como a iluminação interna, aquecimento ou ar condicionado à noite ou motores de alimentação quando não são necessários.

Anderson Dutra e Franceli Jodas são sócios da KPMG

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