Mandacaru Energia foca em baixo custo e parcerias para crescer
Mandacaru Energia foca em baixo custo e parcerias para crescer
Empresa amplia presença no país com foco em campos marginais, negocia novos ativos e tem projetos de biochar e captura de carbono
A Mandacaru Energia quer crescer no onshore brasileiro com estratégia baseada em máxima eficiência, parcerias e sustentabilidade para revitalizar campos maduros. O plano visa a expansão para além de suas operações atuais no Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Sergipe e bacia do Paraná, tendo como alavanca o controle de custos através da verticalização de serviços e uma abordagem inovadora para a produção.
Em entrevista à Brasil Energia, o CEO da Mandacaru, Caetano Machado, confirmou que a estratégia central da operadora, após a aprovação da cessão de 50% de sete concessões da Petrorecôncavo, é focar no baixo custo operacional para aumentar a produção em campos marginais na Bacia Potiguar. “A gente adora Mossoró, onde está nossa maior base operacional, e tem muito o que fazer ainda aqui”, destacou Machado.
A parceria com a Petrorecôncavo é vista como fundamental, e a Mandacaru já opera com uma frota mista de sondas (uma própria, através da SPB, empresa do mesmo grupo Ubuntu, e outra da parceira) para intervir em poços e implementar plantas de injeção, para tratar a água perto dos ativos.
O grande diferencial da companhia, que hoje produz cerca de 600 barris de petróleo por dia com um BSW (percentual de água) que ultrapassa os 90%, reside justamente no tratamento desse volume: Machado destacou que aprimorar em apenas 1% o tratamento da água pode resultar em um aumento de 20% na produção de óleo, transformando o que antes era um rejeito em riqueza.
A empresa já faz irrigação da mata nativa e possui projetos de cultura de eucalipto, além de estudar outras espécies com a Ufersa no RN para dar o melhor destino à água. “Inauguramos a Casa de Vegetação Mandacaru, em parceria com a universidade. Estou muito orgulhoso e a nossa intenção é tratar a água cada vez melhor e continuar gerando riqueza para a região”, completou.
A estratégia de crescimento não se limita ao aumento orgânico. A Mandacaru, hoje com 12 concessões nas bacias Potiguar, Sergipe, Espírito Santo e Paraná, busca novas áreas onshore que se encaixem em seu modelo de "operadora parceira", atuando em campos de menor valor para grandes empresas, mas que se tornam lucrativos com sua filosofia operacional. A aquisição de novos ativos está em negociação, ainda sob confidencialidade.
Além disso, o grupo Ubuntu está engajado em projetos de transição energética, como a produção de biochar, também em parceria com a Ufersa, com o objetivo de se tornar um campo net zero, e o piloto de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS) de usinas de etanol na Bacia do Paraná, onde a Manacá CCS, empresa do grupo, planeja a perfuração de poços no início de 2027.
No offshore, a empresa mantém uma participação não-operada de 23,5% no bloco BM-ES-23 (Parque dos Doces), operado pela BW Energy na Bacia do Espírito Santo, com projetos de tie-back previstos para 2031.
Por fim, Machado enfatizou que o maior desafio é crescer mantendo a cultura organizacional baseada no conceito "Ubuntu", que prioriza o desenvolvimento da mão de obra local e o respeito mútuo.
Assista à entrevista na íntegra:
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