Revista Brasil Energia | Rio Pipeline 2025

Petrobras quer parceiros de grande porte no etanol

Angélica Laureano, diretora de Transição Energética e Sustentabilidade da companhia, garante que não haverá restrição de matéria-prima e estatal absorverá cerca de 40% das operações

Por Rosely Maximo

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A Petrobras voltará ao mercado de etanol com uma estratégia diferente da adotada entre 2010 e 2016. Em entrevista à Brasil Energia, a diretora de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal, Angélica Laureano, afirmou que a companhia buscará parcerias com empresas já estabelecidas no setor, absorvendo cerca de 40% das operações, sem qualquer restrição quanto ao tipo de matéria-prima utilizada.

"A nossa ideia é voltar sendo parceiro de empresas grandes no mercado, absorver algo como 40%, nunca transformar em uma estatal", explicou Laureano. "Não temos limitação, como tem sido dito no mercado, que eu só estou buscando etanol de milho. Não é verdade. Nós estamos abertos a qualquer tipo de matéria-prima."

O retorno ao etanol se insere na estratégia da Petrobras de manter 31% de participação na matriz energética brasileira até 2050, crescendo em combustíveis sustentáveis e bioprodutos. O plano de negócios 2025-2029 prevê investimentos de US$ 16,3 bilhões em transição energética, com 30% destinados à descarbonização das atividades, 30% para energia limpa e 40% para biocombustíveis, aí incluídos o etanol, biodiesel e hidrogênio verde.

O etanol produzido será utilizado tanto na mistura com gasolina quanto na produção de combustível sustentável de aviação (SAF) e em processos de biorefino. A executiva, que possui 25 anos de experiência no setor de gás natural, justificou a diferença de momento: "Naquela época a Petrobras resolveu focar em óleo e gás. Nesse momento, em que a gente é demandado na transição energética, estar no etanol é uma excelente alternativa."

Laureano também defendeu o papel do gás natural no processo de transição, posicionando-o como alternativa mais limpa para substituir combustíveis mais poluentes. "O gás entra na transição primeiro para uma geração termoelétrica mais limpa, para substituir outros combustíveis menos verdinhos", explicou.

Preços menores do gás natural devem vir com o aumento da oferta, defende a diretora, destacando como investimentos em projetos como SEAP, Rota 3 e Raia são considerados essenciais para manter uma matriz energética mais limpa. A Rota 3, especificamente, deve contribuir para reduzir a reinjeção de gás e aumentar a oferta no mercado nacional.

A executiva também vê oportunidades de integração energética no Cone Sul, especialmente com Argentina e Bolívia. "Argentina, Bolívia, Brasil, novas reservas, isso faz com que a gente tenha um mercado de gás mais pujante", concluiu.

Assista a entrevista na íntegra:

 

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