
Medicina diagnóstica busca matriz energética limpa
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Medicina diagnóstica busca matriz energética limpa
Como um importante segmento de serviços, cuja característica é a capilaridade em todos os estados do país, está resolvendo a mudança de sua matriz através de diversas iniciativas. Os números começam a aparecer no consumo de energia por exame realizado

O segmento de medicina diagnóstica, que reúne os laboratórios de exames de saúde, está promovendo a sua jornada de transição energética valendo-se de diferentes formatos de contratação de energia renovável: adesão ao mercado livre de energia, geração distribuída, contratos de fazendas solares e investimento em autoprodução. Tais iniciativas se ajustam bem a um negócio caracterizado por grande capilaridade, em que as empresas disputam espaços em todos os estados do país.
De acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), 72% das 25 empresas associadas haviam optado, até 2023 (últimas estatísticas disponíveis), por receber energia do mercado livre de energia. Entre os associados, 60% declararam utilizar energia solar, enquanto 16% disseram recorrer à energia eólica e à gerada a partir da biomassa para atender às suas necessidades.
A diretora-executiva da Abramed, Milva Pagano (foto), destacou que as ações adotadas pelos associados incluem ainda a transição para modais mais sustentáveis de transporte e implementação de inventários de emissões de gases de efeito estufa. Além dos ganhos ambientais, o esforço para mudar a matriz energética do setor tem resultado em economia: os associados da entidade registraram, no ano passado, uma redução de 25% no consumo de energia elétrica por exame realizado, segundo Milva.
Grupo Sabin: capilaridades exigiu mix de alternativas
A jornada da transição energética do Grupo Sabin, um dos maiores do segmento de medicina diagnóstica do país, vem sendo realizada por meio de uma diversidade de ações, de forma a ajustar-se às características do próprio negócio. Contando com 358 unidades espalhadas pelo Brasil, o grupo, que ocupa a terceira posição no ranking setorial, recorreu a uma mescla de migração ao mercado livre de energia, por meio do qual recebe energia gerada a partir de fontes renováveis (PCHs, usinas eólicas e geração a partir de biomassa, por exemplo) e contratos com fazendas solares com o objetivo de ter acesso a fontes renováveis de energia.
Os resultados dessa estratégia diversificada têm sido bastante positivos, tanto no que se refere à redução das emissões de gases de efeito estufa do grupo quanto aos ganhos econômicos com a nova configuração de fornecimento de energia para o grupo. Em dezembro do ano passado, o Grupo Sabin obteve, pelo quarto ano consecutivo, o Certificado de Neutralização das Emissões de Gases de Efeito Estufa, com 2,270 mil toneladas neutralizadas.
“Somente na matriz do grupo, em Brasília, deixamos de emitir 231,68 tCO2 (toneladas de CO2 equivalente) em 2024”, exemplifica Andreia Pinheiro (foto), diretora de Comunicação e Relações Institucionais do grupo. A matriz, que congrega 118 unidades, é o maior polo consumidor do grupo,
De acordo com a executiva, a estratégia atingiu o ponto alto neste ano, quando 85% das unidades de atendimento passaram a ser abastecidas com energia limpa. A busca por fontes renováveis de energia faz parte de compromisso público firmado pela empresa, por meio do qual estabeleceu meta de ampliar em 15% ao ano a participação de energia limpa em seu fornecimento. Andreia acrescenta que vários projetos estão próximos de serem aprovados nessa frente, o que deverá permitir à empresa atingir a marca de 90% de fornecimento de energia renovável.
A companhia iniciou o movimento de transição energética muito antes de a iniciativa transformar-se em medida de emergência, diante do agravamento da crise climática. A empresa foi a primeira do seu segmento a assinar, em 2007, o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). Andreia lembra que o primeiro contrato para a migração de unidades para o mercado livre de energia foi firmado em 2019, iniciando o fornecimento de energia limpa para a empresa.
Nessa trajetória, o grande desafio tem sido mesmo a capilaridade das unidades do grupo, explica Andreia. Formada por meio de sucessivas aquisições, a rede de atendimento do Sabin abrange 78 municípios em todas as regiões do país. Essa configuração exige que a empresa adote soluções diferenciadas que levem em conta tanto as características da demanda local quanto as condições do fornecimento disponível em cada área.
Dasa: investimentos em usinas solares e migração para o ML
A Dasa, que conta com mais de 850 unidades de atendimento no Brasil e na Argentina, vem adotando uma estratégia para a sua jornada de transição energética que contempla investimentos em usinas solares e migração para o Mercado Livre. Em 2024, segundo informações do Relatório de Sustentabilidade da companhia, 71 unidades migraram para o mercado livre de energia ou passaram a contar com a geração distribuída. A companhia encerrou 2024 com 346 unidades de diagnósticos atendidas por GD.
Também em 2024, a companhia aderiu à autoprodução de energia, contando com o suporte de 12 usinas solares em funcionamento até o fim do ano passado e outras três em construção. A empresa participa também de sete consórcios com o objetivo de ampliar ainda mais a oferta de energia renovável. No ano passado, 346 unidades de diagnósticos contavam com o fornecimento a partir de geração distribuída.
Localizada em Amontada (CE), a primeira usina solar da Dasa entrou em operação em fevereiro de 2022, com potência instalada de 388,6 KWp e capacidade de geração de energia de até 51,59 MWh/mês. A produção de energia atendeu às necessidades das unidades da companhia em Fortaleza (CE).
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