Produtores independentes aguardam nova fase da exploração no país
Produtores independentes aguardam nova fase da exploração no país
Para Márcio Félix, presidente da Abpip, reorganização de ativos, oferta permanente e possíveis descobertas na Margem Equatorial devem definir o próximo ciclo do setor
O presidente da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo (Abpip), Márcio Félix, avalia que 2025 se encerra com maior dinamismo para as empresas do segmento, especialmente no onshore. Em entrevista à Brasil Energia, ele afirma que a participação dos independentes permanece relevante sobretudo pela geração de emprego. Embora respondam por uma fatia reduzida da produção nacional, representam cerca de um terço das horas trabalhadas no setor.
No Rio Grande do Norte, Félix destaca a evolução do mercado desde 2016, quando ocorreu o primeiro evento em Mossoró sobre o tema. Para ele, a consolidação do encontro anual indica que a atividade se firmou como parte do circuito nacional de petróleo.
Sobre a oferta permanente, cujo edital republicado pela ANP reúne 451 blocos exploratórios e cinco áreas de acumulações marginais, Félix afirma que o país precisa ampliar o estoque de áreas para novas operações. Segundo ele, os campos maduros remanescentes são limitados e o setor tende a avançar com exploração no entorno de ativos existentes e em novas fronteiras. A expectativa é de participação significativa na próxima rodada.
Quanto ao avanço da Petrobras na Margem Equatorial, ele afirma que a atividade pode abrir um ciclo de investimentos, infraestrutura e logística em estados como Amapá e Rio Grande do Norte. Caso o poço em perfuração resulte em descoberta, novos estudos, licenças e projetos de produção serão necessários.
Félix considera positivas as fusões e aquisições entre independentes, registradas nos últimos anos. Para ele, a reorganização dos portfólios permite adequar ativos ao perfil de cada empresa e otimizar eficiência em áreas de menor produção. Ele avalia que movimentos adicionais podem ocorrer, mas prevê maior foco em desinvestimentos e parcerias do que em novos processos de fusão.
Sobre a Lei 15.269/2025, derivada da MP 1.304, Félix afirma que o texto aprovado pelo Congresso gerou preocupação, especialmente por alterações no preço de referência. Ele considera que os vetos presidenciais reduziram parte das incertezas. O item que mantém a possibilidade de o CNPE opinar sobre limites de reinjeção de gás, contudo, ainda deve ser discutido. Segundo ele, as negociações devem buscar equilíbrio sem necessidade de judicialização.
Entre as dificuldades enfrentadas por produtores e fornecedores, Félix cita a lentidão de processos administrativos e a necessidade de adequar exigências aos ativos de menor porte. Ele afirma que a reforma tributária pode trazer simplificação gradual, apesar da complexidade regulatória. Para ele, a estabilidade institucional e a segurança jurídica brasileira continuam atraindo investidores no longo prazo.
Assista à entrevista na íntegra:
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